terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte III


O MOMENTO ATUAL DO MTG:

O Movimento obteve um grande crescimento quantitativo em número de entidades tradicionalistas (CTGs). Temos no Rio Grande do sul, aproximadamente 1700 entidades filiadas.

Ao longo dos últimos 50 anos (durante o período da existência da “federação”) foram criados vários eventos competitivos nos quais os filiados participam, são avaliados e recebem premiação segundo seu desempenho.

Nesta análise queremos destacar os eventos em que as competições são principalmente entre entidades e eventualmente entre Regiões Tradicionalistas: os rodeios, a Festa Campeira do Rio Grande do Sul - FECARS, o Encontro de Artes e Tradição Gaúcha – ENART e o Festival Gaúcho de Danças – FEGADAN.


Para atender a questão de avaliação, foram criados os quadros de “avaliadores oficiais” do MTG, tanto na área artística quanto na área campeira. Aos poucos as entidades promotoras de rodeios se adequaram e passaram a utilizar esses tradicionalistas para a tarefa de avaliação com o objetivo de que erros ou enganos fossem minimizados. A ideia é de que os avaliadores credenciados pelo MTG estariam melhor preparados e seriam mais confiáveis.

Na área campeira, a avaliação é muito mais objetiva do que na área artística, especialmente nas provas do tiro de laço, o que “teoricamente” gera menos problemas. Alem disso a adoção do sistema de “armada cerrada” praticamente elimina as dúvidas, ficando as questões polêmicas na área do cumprimento das normas relativas à encilha dos animais e à indumentária dos competidores.

Nas atividades competitivas artísticas o problema da avaliação é mais delicado e preocupante. Nesse campo há uma grande quantidade de pontos cuja avaliação é fundamentalmente subjetiva, ou seja, cada avaliador pode ter um entendimento diferente ou uma postura individual mais ou menos rigorosa, o que gera discrepâncias e, eventualmente, resultados sujeitos a questionamentos. Isso vale para as provas individuais, especialmente a declamação e a interpretação musical, e para as provas coletivas como as danças tradicionais. Aliás, é nas danças tradicionais que se concentram os maiores problemas de avaliação, ou então, os problemas mais notáveis.

Para a área da avaliação das danças tradicionais, notadamente quando a avaliação segue o padrão do ENART, foram criadas planilhas de avaliação com detalhamento extensivo, com padrões de “descontos” muito complexos e compreensíveis somente para os “iniciados”. O “tradicionalista comum” não entende as planilhas de avaliação das danças tradicionais. Supõe–se que a criação dessas planilhas se destinou a minimizar erros ou a padronizar avaliações. De alguma forma foi o caminho escolhido para que o “subjetivismo” fosse reduzido a uma questão insignificante, o que não significa que o objetivo tenha sido alcançado, aliás, a sensação é a de que realmente não resolveu a questão.

Na área musical, temos claramente duas situações que se criaram com o passar do tempo e com o rigor técnico aplicado pelos avaliadores: perdeu-se o jeito “antigo” de cantar e de tocar (falamos do jeito que predominou durante os 40 primeiros anos do tradicionalismo); eliminaram-se os músicos amadores de dentro dos CTGs, especialmente aqueles que tocavam e cantavam para a execução das danças tradicionais. O rigor aplicado na avaliação afastou definitivamente os gaiteiros e violeiros que “tocam de ouvido” ou que fazem isso de forma amadora e voluntária.

Para atrair mais participantes e para chamar à atenção do público, os rodeios passaram a oferecer premiações “em dinheiro”, cada vez maiores. Hoje os rodeios são avaliados, quanto à sua importância, conforme o valor oferecido aos vencedores. Essa é uma verdade absoluta para a área campeira e uma verdade relativa para a área artística das danças tradicionais.

Na área das danças tradicionais, a importância do rodeio é calculada pelos prêmios oferecidos aos vencedores, mas também se aquele rodeio serve de parâmetro de avaliação para o ENART. Ou seja, as entidades tradicionalistas utilizam os rodeios e a avaliação da “comissão do MTG” para definir um plano de trabalho com vistas a ganhar o ENART a partir daquilo que os avaliadores, daquele ano, definem que “é o certo”, nos diversos quesitos de “correção”, “interpretação” e “harmonia”, além da música, é claro.

Outras duas questões importantes nesse cenário são: a indumentária a ser utilizada, especialmente no ENART, e a montagem das coreografias de “entrada” e “saída” para os grupos de danças tradicionais.

A questão de indumentária passa por dois momentos: primeiro a “necessidade” de impressionar o público e os avaliadores com uma vestimenta nova e cada vez mais “rica”; segundo a avaliação feita pela “comissão do MTG” que procura manter intactos determinados padrões históricos e tradicionais. Talvez essa ação do MTG seja a única que não implique aumentar os gastos dos CTGs, antes pelo contrário, procura eliminar “invenções” que sabidamente encarecem as vestimentas.

No quesito coreografias de “entrada” e “saída”, criou-se uma sistemática que funciona como mobilização interna dos próprios grupos de danças à medida que é a novidade anual que cativa os jovens dançarinos; e uma necessidade externa de impressionar positivamente o público que assiste e os próprios jurados, a mediada que os espetáculos são verdadeiras maravilhas teatrais.

Para atender à exigência cada vez mais alta da avaliação e o nível cada vez mais técnico exigido, assim como para alcançar os ditames da “comissão do MTG” para aquele momento, as entidades tradicionalistas que desejam participar do ENART, seja na força A ou B, se “obrigam” a adoção das seguintes medidas:

1. Dispor de músicos profissionais, ou com desempenho profissional, e que além de tocar e cantar, também sejam “empolgantes” e possam “contaminar” tanto os dançarinos quanto os avaliadores;

2. Possuir instrutores que tenham grande capacidade de mobilização, sejam conhecedores profundos do regulamento e dominem completamente o “livro das danças tradicionais”. Também se constata que esse instrutor deve ser “conhecido”, “ter nome” e, com estes pré-requisitos impor respeito junto aos avaliadores.

3. Utilizar “coreógrafos” especializados (profissionais) na montagem e treinamento para as “entradas” e “saídas”.

4. Mais recentemente, algumas entidades, têm se valido de serviços de nutricionistas, psicólogos, professores de educação física, professores de balé, etc.

As consequências naturais dessas medidas adotadas pelas entidades tradicionalistas são:

1. Gastos que vão muito além do que a entidade normalmente tem capacidade de arcar. Isso obriga a que os valores cobrados dos próprios dançarinos ou que a realização de promoções específicas para arrecadação de fundos sejam uma prática permanente;

2. O afastamento de voluntários da própria entidade que até vinte anos atrás eram comuns, seja como músicos, seja como instrutores; todos são pagos, exceto os dançarinos que são os únicos voluntários de verdade;

3. O afastamento de associados que não possuem capacidade financeira para arcar com os custos de manutenção de grupos de danças para atender aquelas “exigências” do ENART e dos grandes rodeios;

4. Afastamento dos associados que se envolvem trabalhando em eventos para angariar fundos, visando realizar melhorias físicas da entidade ou cobrir despesas de outros setores da entidade e, ao final, constatam que os lucros obtidos acabam sendo canalizados para pagamentos dos especialistas contratados;

5. A busca permanente e quase que exclusiva da premiação oferecida em rodeios para abater o valor gasto com musicais, instrutores, coreógrafos, indumentária e tudo o mais. Aquela participação pelo prazer, pela confraternização, pela tradição, praticamente desapareceu dos rodeios.

Como consequência paralela a tudo isso, podemos destacar os seguintes itens que nos parecem importantes e merecem atenção de todos nós:

1. A redução da quantidade de participação das modalidades individuais nos eventos artísticos, em função da supervalorização dos grupos de danças e do quanto é investido neles;
2. A categorização das entidades e dos grupos de danças que, por mais que seja negada por instrutores e avaliadores, é uma realidade percebida e sabida de todos nós. È real a classificação de “grupo dos grandes”, “grupo dos médios”, o “grupo dos ruins”, e assim por diante. Essa talvez seja a consequência mais danosa e mais destrutiva para o Movimento, seus objetivos e seu futuro;
3. O domínio dos instrutores dentro dos CTGs é uma realidade. É frequente ouvirmos: “lá quem manda é o instrutor” ou “o instrutor manda mais que o patrão”. As patronagens dos CTGs são de tais formas pressionadas para atender às “necessidades do ENART”, que acabam cedendo poder, espaço gerencial, comando e destino aos instrutores e dançarinos dos grupos adultos;
4. Cada vez menos entidades mantêm grupos de danças adultos, especialmente no interior do estado ou nas cidades menores. Elas não conseguem fazer frente aos grandes centros e ao poderio econômico de algumas entidades que possuem melhor estrutura ou que, pela sua história, são destaque. Essa questão leva a que determinadas entidades possuam gente sobrando para os seus grupos de danças, enquanto outras sequer consigam o mínimo para poder participar.

Existem algumas questões que, talvez, não tenham relação única com isso tudo, mas que certamente também sofrem influencia desse modelo que criamos na área artística. Sim, porque na área campeira a situação é diferente, senão vejamos:

Na área campeira um dos problemas mais agudos e que tem gerado muitos debates, algumas desavenças e certo desânimo por parte dos dirigentes mais preocupados com a preservação da tradicionalidade, é o uso de peças de indumentária em desacordo com a tradição, especialmente a bombacha e o lenço, alem do uso de peças da encilha dos animais que não guardam relação com a tradição e com a história do gaúcho.

Na área artística não há contestação com relação à bombacha, o lenço e outras peças da indumentária. O que se verifica aqui é o não uso da indumentária. Especialmente os grupos de danças, somente estão pilchados no momento da apresentação. Os jovens, de todas as categorias (mirim, juvenil e adulta), descem do tablado e correm para o ônibus ou para o alojamento e trocam de roupa, abandonando a indumentária. Chegamos ao ponto de ficar na dúvida se determinado evento tem cunho tradicionalista ou não, tamanha a falta de pessoas pilchadas.

Ainda na área artística, praticamente foram eliminados os acampamentos. Não há mais convivência tradicionalista. O interesse é exclusivamente o de dançar, ganhar o concurso e receber o prêmio. Essa questão é tão impactante que o Congresso Tradicionalista de Uruguaiana, de janeiro de 2015, decidiu impor restrições à participação de grupos de danças em vários rodeios no mesmo final de semana.

1º CIRCUITO NORTE DE DANÇAS TRADICIONAIS


No sábado dia 25/02 realizou-se a 3ª etapa do  1º Concurso Norte de Danças Tradicionais na 7ª RT, evento que esta sendo promovido pelas entidades Tradicionalistas CTG Porteira Da Querência de Sarandi, CTG Galpão Crioulo de Chapada, CTG Porteira Aberta de Nova Boa Vista, CTG Lageano Das Coxilhas de Almirante Tamandaré do Sul, CTG Cancela da Palmeira de Novo Barreiro, CTG Rodeio de Cima da Serra de Sertão e CTG Recanto dos Tropeiros de Pontão, juntamente com o Instrutor Leandro Bergamin, para os grupos de danças nas categorias Pré-Mirim, Mirim, Juvenil e Adulta.
O I Circuito Norte de Danças tradicionais iniciou em 15/10/2016 no  CTG Porteira da Querência de Sarandi, sendo que no decorrer de 2016 e de 2017, evento semelhante ocorrerá em cada uma das entidades acima citadas com a participação de todos os envolvidos.
No decorrer do dia foi realizado o concurso, sendo que os grupos de danças estarão sendo avaliadas por uma comissão julgadora, obedecendo as normas e diretrizes do MTG. O concurso terá início as 13h30min com o sorteio dos grupos participantes e quais danças deverão apresentar, começando pela invernada pré-mirim, mirim, juvenil e adulta.
Após o término das apresentações foi  servido um jantar com a participação da comunidade.
Após o jantar, a invernada Dente de Leite fez a sua apresentação. O resultado do concurso será divulgado no decorrer da noite, depois de encerradas todas as apresentações e o jantar. A premiação para os participantes será troféu do 1º ao 5º lugar. Também pontuará a melhor torcida, o espaço mais limpo e a entidade que trouxer para o evento o maior número de alimentos não perecíveis, que após o evento será doado para entidades da cidade.

































quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte II



OS FUNDAMENTOS DO MOVIMENTO TRADICIONALISTA GAÚCHO

O sentido do tradicionalismo e o seu valor foram definidos por Barbosa Lessa na tese aprovada durante o 1º Congresso Tradicionalista realizado em Santa Maria, no inverno de 1954.

Os objetivos do tradicionalismo gaúcho estão insculpidos na Carta de Princípios, elaborada por Glaucus Saraiva e aprovada no 8º Congresso Tradicionalista realizado em Taquara no ano de 1961.

Os objetivos do MTG, como federação, foram definidos no 12º Congresso Tradicionalista realizado em outubro de 1966, na cidade de Tramandaí, no estatuto apresentado por Hugo da Cunha Alves, oportunidade em que o MTG foi criado.

As características do MTG foram definidas, também, no 12º Congresso, por proposta de Hermes Ferreira e constam no Brasão de Armas, são elas: social, nativista, cívica, cultural, literária, artística e folclórica.

Os valores básicos da tradição gaúcha foram didaticamente apresentados por Jarbas Lima no 40º Congresso Tradicionalista, realizado no verão de 1995, em Dom Pedrito e são eles: espírito associativo, nativismo, respeito à palavra dada, defesa da honra, coragem, cavalheirismo, conduta ética, amor à liberdade, sentimento de igualdade, politização, e o senso de modernidade.

As crenças que caracterizam o tradicionalismo são encontradas nas obras de Paixão Cortes, Barbosa Lessa, Manoelito de Ornelas, Glaucus Saraiva, nas letras de músicas regionais, nas palestras e pregações de inúmeros tradicionalistas e, sem querer esgotar o tema, podemos enumerar: a família como célula indispensável, a convivência das gerações como garantia do fazer da tradição, o respeito em relação ao outro como garantia da sociabilidade, a confiança como elemento de tranquilidade psicológica, o trabalho em mutirão como argamassa de construção do ambiente associativo, a força do grupo local que atende, no indivíduo, o sentimento de pertencimento.

Os princípios do tradicionalismo gaúcho são vários e dificilmente poderão ser estabelecidos de forma definitiva, mas analisando todos os documentos já citados e outros mais aprovados em Congressos ou apresentados em obras como o Nativismo de Barbosa Lessa, Curso de Tradicionalismo de Antonio Augusto Fagundes, Manual do Tradicionalista de Glaucus Saraiva, ABC do Tradicionalismo de Salvador Lamberti, entre tantas outras. Para fins desse documento e atendendo ao que ele se propõe, selecionamos três princípio para que sirvam de base ao “Plano de recomposição ideológica”: a simplicidade, a tradicionalidade e o voluntariado.

SIMPLICIDADE

Os dicionários definem como simples aquilo que não é dotado de artifícios, extravagâncias ou excessos.

Todos os historiadores, pesquisadores e romancistas que escreveram sobre o gaúcho, partiram do conceito de que se trata de um tipo humano simples, não afeito ao luxo, não disposto ao uso de artifícios, direto, autêntico, original. No vestir, no portar-se, no falar, nas condições de moradia, nas exigências de conforto, o gaúcho é um tipo humano simples. Não rebuscado.

O traje é simples, tanto para o homem como para a mulher. Até o estancieiro ou o charqueador, gaúchos da classe socialmente mais elevada, guardam a simplicidade no vestir, sem exageros. Aqui não encontramos o uso de penas nos chapéus ou de maquiagens nos homens.

O galpão, seus móveis e instrumentos são sempre simples e funcionais. Não há que se confundir simplicidade no vestir e na morada com desleixo ou falta de asseio.

As danças tradicionais pesquisadas e adotadas pelo MTG são simples, tanto na elaboração coreográfica quanto na composição musical. Os próprios instrumentos musicais, sempre importados, são simples, com destaque para a viola ou violão e a gaita (acordeão).

TRADICIONALIDADE

É qualidade ou condição do que é tradicional. Tradicional, por sua vez é tudo aquilo que decorre de costumes praticados antigamente e que se relacionam com uma determinada cultura ou história de uma comunidade. O tradicional pode ser manifestado em diversas expressões artísticas que explicam o cotidiano de uma maneira enraizada na história de um povo.

A tradicionalidade é determinada pelo fazer da tradição, ou seja, pela transferência de princípios, crenças, valores, usos, costumes e fazeres de uma geração para outra. Não há tradicionalidade naquilo que for fruto da inovação, da invenção de hoje ou da vontade individual de quem está realizando ou construindo alguma coisa.

Quando tratamos de coisas tradicionais estamos nos referindo à cultura e ao folclore de uma sociedade, no caso, da sociedade gauchesca. Isso vale para a forma de utilizar o laço, de encilhar o cavalo, de vestir-se à moda do gaúcho, de executar uma dança tradicional ou de criação e execução musical.

VOLUNTARIADO

As nações unidas definem o voluntário como: “o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diferentes formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”

No conceito de voluntariado dois elementos são fundamentais: o cunho pessoal ou escolha individual e a doação de tempo e de esforço para responder a uma inquietação ou a uma convicção levada à prática.

De uma foram geral as entidades sem fins lucrativos, como são todos os CTGs, as RTs e o próprio MTG, se baseiam no voluntariado. As pessoas, livre e espontaneamente, se associam e, a partir daí, dedicam tempo, esforço, inteligência e mesmo recursos financeiros pessoais para que aquela entidade atinja os seus objetivos. Estatutariamente é vedado remunerar ou distribuir lucros entre associados e dirigentes dos CTGs. O que pode haver é o ressarcimento de despesas pessoais quando isso se impõe para que os objetivos sejam atingidos.

Até aproximadamente vinte anos atrás cada CTG tinha seu grupo musical e o seu instrutor exclusivo. As despesas para manutenção dessas atividades eram aquelas necessárias para o pagamento de custos referente à alimentação e transporte ou para a frequência de algum curso de aprimoramento ou, ainda, para o concerto ou afinação dos instrumentos musicais que, eventualmente pertenciam ao próprio CTG.

O voluntariado no tradicionalismo gaúcho ainda está muito presente. Os dirigentes de CTGs, das Regiões Tradicionalistas e do MTG não são e não podem ser remunerados. Quando a entidade apresenta um quadro de disponibilidade, há o ressarcimento de despesas o que é plenamente justificável.

Os associados de entidades tradicionalistas, de uma forma geral, são voluntários, sejam eles concorrentes em eventos ou simplesmente apoiadores. Veja-se como ocorre com laçadores, integrantes dos departamentos de esportes campeiros, dançarinos, prendas e peões de faixa e crachá. Mas no quadro atual temos duas atividades que a maioria dos CTGs remunera: instrutores de danças tradicionais e membros dos grupos musicais.

No caso de avaliadores da área artística e juízes da área campeira, há o consenso de que deva haver o pagamento de despesas. Em várias situações, especialmente quando são oferecidos valores financeiros como premiação, parece razoável que avaliadores e juízes sejam remunerados através de cachê previamente definido.

As entidades sem fins lucrativos podem ter em seus quadros, um corpo de funcionários para atender as suas necessidades estruturais. Há casos em que gaiteiros ou mesmo instrutores de danças são funcionários com direitos e deveres definidos nas leis trabalhistas. Essa prática, mesmo que não recomendada para entidades como os CTGs que existem para oferecer oportunidade de convívio entre gerações e de perpetuação das tradições, é compreensível.

No Brasil há uma lei federal que regulamenta o serviço de voluntariado (Lei 9.608 de 18 de fevereiro de 1998). Essa lei diz: “considera-se serviço voluntário, para fins da lei, a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública d qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social ...”

A mesma lei, no artigo 3º, diz que “o prestador de serviço voluntário poderá ser ressarcido pelas despesas que comprovadamente realizar no desempenho de suas atividades voluntárias”.
(continua...)

Tese apresentada por Manoelito Savaris, no Congresso - Parte I



REFLEXÕES NECESSÁRIAS
IDEOLOGIA DO TRADICIONALISMO GAÚCHO
CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

O Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG tem suas origens remotas ainda no século XIX. As primeiras iniciativas não alcançaram abrangência significativa e nem se consolidaram como um “movimento” coordenado e com objetivos tão claros e definidos que pudessem criar raízes sólidas no meio social. Desse período destacamos a criação do Grêmio Gaúcho de Porto Alegre, criado em 1898 sob a liderança de João Cezimbra Jacques, o Patrono do Tradicionalismo Gaúcho.

Em meados do século XX, a partir da reação à invasão cultural, especialmente norte-americana, um grupo de jovens interioranos vivendo em Porto Alegre, cria uma agremiação denominada 35 Centro de Tradições Gaúchas que estabelece novo e definitivo padrão para as iniciativas tradicionalistas. A definição clara dos objetivos e a nomenclatura específica e inovadora dão ao 35 CTG a condição de pioneirismo, mesmo que outras entidades tenham sido criadas antes.

A partir de 1948 surgem os CTGs, em todos os cantos do estado e em vários locais do Brasil, invariavelmente organizados à imagem e semelhança do “Pioneiro”.

Graças ao trabalho incansável dos fundadores, daquilo que podemos chamar de “tradicionalismo moderno”, surgiram os congressos tradicionalistas que proporcionaram o exaustivo debate e posterior fixação dos objetivos gerais, das metas a serem alcançadas, dos princípios norteadores, dos valores a serem preservados e da estrutura ideal para consolidação e perpetuação de tudo isso.

É dos congressos que emergem documentos tidos como fundamentais e indispensáveis ao MTG: as “teses” que fazem reflexão sobre o sentido, o valor, o alcance social ou as razões do tradicionalismo, tais como “O sentido e o valor do tradicionalismo” de 1954 e “O sentido e o alcance social do tradicionalismo” apresentado em partes, nos anos de 1995 a 2004; a “Carta de Princípios”, que define os objetivos e estabelece parâmetros e limites do Movimento; e os “planos” que tiveram a finalidade de reorientar, revitalizar e fixar posição do Movimento Tradicionalista, tais como o “Plano Vaqueano” de Hugo Ramirez em 1969 e o “Plano de Ação social” de Onésimo Carneiro Duarte em 1983.

Constatamos que o tradicionalismo gaúcho, ao longo de sua história, soube discutir as questões vitais para a sua preservação e fortalecimento. Ele sempre soube encontrar caminhos que conduzissem os tradicionalistas e as entidades em torno das quais esses se reúnem, para caminhos seguros. Utilizando uma linguagem atualmente muito empregada no meio empresarial, podemos dizer que o Movimento soube “reinventar-se”.

É claro que as ações de “reinvenção” ou de “reengenharia” sempre foram mecanismos utilizados para melhorar ou para recompor o seu corpo organizacional. É isso que estamos propondo neste momento.

Sabemos que as instituições evoluem e que ao longo dos anos são assimiladas novas tecnologias e novas formas de relacionamento. Esse evoluir é da essência das instituições. É o próprio movimento. Também sabemos que é impossível retornar ao ponto de partida ou de refazer o caminho trilhado. Os acertos e os erros da trajetória institucional estão lá, são intocáveis e devem servir somente como referência para que, se faça melhor. Portanto não há como retroceder.

No entanto, detectados problemas ou imperfeições, podemos resgatar do passado aspectos importantes e fundamentais que eventualmente se tenham perdido ou desgastado. O importante, para poder agir bem, é analisar o cenário atual e verificar a necessidade, ou não, de implementação de mudanças ou de resgate de aspectos fundamentais.
(Continua...)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

CTG Chimangos iniciará Xirú estilo Paixão



No  dia 14/02/17 em reunião de planejamento de atividades no CTG Chimangos , sito rua Pitoresca, 611 no Bairro Partenon foi definido o início dos ensaios da nova invernada no dia 03/03/17 às 21horas
O grupo de danças será criado com o objetivo de cultuar a tradição, preservar os costumes antigos e transmitir para as novas gerações dentro de um espírito de camaradagem, voluntariado em que todos participam, fazem novas amizades, respeitando as condições físicas de cada membro.
A invernada ensaiará todas as sextas feiras das 21 h às 23 horas e inicialmente para o seu desenvolvimento está contando com a ajuda prestigiosa da Invernada Xirú – estilo Paixão do CTG Gildo de Freitas de Porto Alegre.
Membros do grupo também participaram do curso de Danças- estilo Paixão Côrtes, que será  ministrado por José Moacir Gomes dos Santos e Rinaldo Souto de Olivera promovido no CTG Gildo de Freitas nos dias 01 e 03 de abril de 2017.

Interessados em participar dessa invernada do CTG Chimangos entrar em contato com Guimarães pelo face, Messenger ou whatsapp- 99987.5880.

Tema Quinquenal do MTG - O voluntariado





domingo, 19 de fevereiro de 2017

Definidos os locais e datas das Inter-regionais do ENART




As três etapas regionais do ENART - Encontro de Artes e Tradição, cuja final será realizada em Santa Cruz do Sul em novembro, já têm os locais e datas definidos.
A primeira etapa será em Santo Ângelo, nos dias 26 e 27 de agosto, na 3ª RT. A segunda será realizada em Uruguaiana, no dia 30 de setembro, na 4ª RT, e a terceira em Canoas, nos dias 21 e 22 de outubro, na 12ª Região Tradicionalista.

Cada etapa reunirá dez regiões tradicionalistas e, a partir desta classificatória, definirá os participantes da grande final.

SANTO ÂNGELO (26-27/08/17) - Regiões - 1ª - 3ª - 5ª - 6ª - 10ª - 14ª - 15ª - 17ª - 22ª - 25ª RTs
URUGUAIANA (30/09 - 01/10/17) - Regiões - 2ª - 4ª - 8ª - 9ª - 11ª - 13ª - 18ª - 19ª - 21ª - 28ª RTs
CANOAS (21-22/10/17) - Regiões - 7ª - 12ª - 16ª - 20ª - 23ª - 24ª - 26ª - 27ª - 29ª - 30ª RTs

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Começam indicações para o Desafio Farroupilha 2017





A quarta temporada do Desafio Farroupilha, o reality gauchesco da RBS TV, já começou. Para disputar uma das oito vagas, grupos de danças adultos e juvenis podem se inscrever para o Desafio, postando fotos, textos e vídeos nas redes sociais, com a hashtag #desafiofarroupilha2017, dizendo porque merece participar do programa. Para facilitar a identicação das postagens, também pode ser utilizada a hashtag com o nome do CTG. Por exemplo: #CTGTiarayu. Podem participar dançarinos dos estilos “Enart” e “Paixão Côrtes”. A produção lembra que vale tudo para chamar a atenção de César e Rogério, os apresentadores do especial. Depois, os 20 grupos que postarem as campanhas mais abrangentes e criativas serão submetidos a uma votação popular, via G1RS, que irá escolher os oito semi-finalistas.

A segunda etapa do reality apresentará aos selecionados um “desafio” relacionado à educação em escolas públicas. Esse desafio será divulgado aos participantes no mês de abril. Os dois finalistas serão escolhidos no mês de junho, durante apresentação dos concorrentes a um grupo de jurados, no Sarau de Artes Gaúchas do CTG M’ Bororé, em Campo Bom dia 9 de junho. A esses finalistas, será apresentado o segundo “desafio”. O grande vencedor do reality será revelado durante a Semana Farroupilha, em transmissão ao vivo. O reality será exibido em sete episódios, a partir de 12 de agosto, sempre aos sábados, no Jornal do Almoço.

- O reality conquistou espaço não apenas como programa de televisão, mas como uma contribuição e compromisso com o universo cultural de nosso estado”, observa o músico César Oliveira.

O “Desafio Farroupilha” teve início em 2014, quando o músico Cristiano Quevedo cumpriu a missão de aprender a laçar. Na segunda temporada, em 2015, César Oliveira e Rogério Melo foram desafiados a escolher o novo talento da música gaúcha: o cantor Fernando Saccol, de Santa Maria. Ano passado, o reality partiu para o segmento das danças tradicionais gaúchas, que, segundo cálculos do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), reúne 29 mil dançarinos em pelo menos 1,2 mil invernadas de danças. O grande campeão foi o CTG Tiarayu, de Porto Alegre, que venceu o desafio de transformar em dança uma carreira de cancha reta, tradição típica do interior do Rio Grande do Sul. O CTG Ronda Charrua, de Farroupilha, foi o segundo colocado. Já o Grupo de Artes Nativas Ivi Maraé, de São Leopoldo, foi escolhido o mais popular.


por Giovani Grizotti
Fonte: Repórter Farroupilha junto ao portal G1

Tu sabes como é feita uma música?





Pois bem, vou tentar explicar. Uma música, essa mesmo que queres baixar de graça, achando que está valorizando o artista, até ela chegar ai ela precisou:

- Poesia ou verso - alguém que escreva os versos - A pessoa que escreve versos chamamos de poeta ou compositor. Muitos gostariam de ser, mas talvez 1% da população consegue ser e para ser poeta tem-se que estudar muito, ler muito, comprar livros e tudo isso tem um custo, claro que ganha-se culturalmente.

- Um Músico - É quem vai fazer a melodia, o qual chamamos de músico, arranjador ou compositor. Esse músico, muitas vezes além de estudar muito, ele fica horas, dias de seu tempo, achando nuances, formas, escalas, notas, tons, para compor a música do poema que recebeu, talvez 2% da população seja músico.

- Arranjos - Depois ele junta-se com mais alguns outros músicos e faz os arranjos, ou seja, mais pessoas envolvidas, com tempo e trabalho.

- Gravações - Depois dos arranjos prontos, vão-se aos estúdios, que cobram em torno de 150 a 200 reais por música, lá junta-se de 6 a 10 pessoas para finalizar essa música, com instrumentos muitas vezes que valem de 3 a 4 mil reais para fora, tendo acordeons que valem 30 mil reais, além outros instrumentos...Então esses músicos tem que serem pagos para fazerem a gravação.

- Masterização - Após a gravação, tem a masterização, que é feito em outro Estúdio com equipamentos de ultima geração e com valores exorbitantes - normalmente são mais duas pessoas.

- Prensagem - Esse material depois de pronto vai para a prensagem, que certamente dá emprego para mais pessoas, além de despachos, motoristas, transportes, etec...

- Arte e capa - A parte da arte gráfica, feita obviamente, em uma gráfica, requer fotolitos, fotografias, criação e prensagem da arte, isso mais empregos para mais pessoas.

Depois de isso tudo pronto, além dos gastos que hoje não baixam de 30 mil reais para 1000 CDs, e emprego para mais de 30 pessoas, aqueles que se dizem fã ou amigos querem um CD de graça, além é claro, das Rádios, dos blogs, e não contente com isso as pessoas ainda querem que o CD esteja de graça na web para que o artista seja conhecido.

Se tu realmente é um apaixonado pela música e pela arte, tu tens que ser o primeiro a valorizar o que cada artista faz, comprando o seu produto final e não apenas buscando em páginas da web o resultado que um blog coloca de graça, porque na verdade tu não está ajudando o autor, tu és mais um que está afundando com ele e fazendo com que ele não seja valorizado, porque aquele que tem de graça a arte ou o trabalho de outro, onde está a valorização?

Pense, reflita e seja o primeiro a ajudar a mudar isso.


por Paulo Ricardo Costa
Fonte: blog Entre Mates e Guitarra

sábado, 11 de fevereiro de 2017

O que é Bitango? Matéria especial do Eco com Paixão Côrtes



Secretaria e Ministério definem ações para promoção da Cultura



Definir ações para promover a cultura no Rio Grande do Sul foi o tema de uma reunião entre a Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer e presentantes do Ministério da Cultura (Minc) nessa quinta-feira (9), em Porto Alegre.
A execução de importantes convênios, como os Pontos de Cultura, e a criação de parcerias que fomentem e qualifiquem o setor foram as principais pautas do encontro. Uma das propostas apresentadas pelo Ministério é a inclusão dos CTGs (Centros de Tradições Gaúchas) como Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).
“Hoje, temos como um dos projetos prioritários da Cultura a execução e ampliação dos Pontos de Cultura, que possibilitam atividades importantes em muitas regiões do Estado”, afirmou o secretário adjunto André Kryszczun. Muitas organizações da sociedade civil desenvolvem atividades culturais, por meio desses incentivos financeiros, potencializando seus trabalhos com a participação do Estado.
Segundo Adão Cândido dos Santos, secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do Minc, o objetivo do encontro é ajustar as afinidades entre o governo federal e o Rio Grande do Sul na área da Cultura. “Buscamos estreitar as relações para chegarmos juntos a soluções técnicas e viáveis”, afirma.
Uma nova reunião entre as áreas técnicas foi marcada para a próxima semana, em Brasília.No encontro, serão resolvidas as pendências e andamentos dos 81 Pontos de Cultura existentes no Rio Grande do Sul, além de 21 novos, que serão lançados nos próximos dias. Outro assunto em destaque será a candidatura dos CTGs como Patrimônio Imaterial da Unesco, como um exemplo das melhores práticas na conservação e divulgação da cultura gaúcha.
Cursos de capacitação para gestores da área cultural também terão espaço no debate, sendo uma atividade considerada fundamental, tanto para o Minc como para a Secretaria.
Também participaram da reunião o diretor de Cidadania e Diversidade Cultural da Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, Leoveral Golzer Soares; a coordenadora de Relações Internacionais do Departamento de Promoção Internacional do Minc, Raihana Falleiros; as represntantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Ana Beltrami e Beatriz Freire; e o representante regional do Minc, Álvaro Franco.
Candidatura de CTGs como Patrimônio Imaterial da Unesco foi pauta do encontro
Candidatura de CTGs como Patrimônio Imaterial da Unesco foi pauta do encontro

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

MTG se reuniu com Ministério da Cultura

O presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Nairo Callegaro, recebeu na tarde desta quinta-feira, 9 de fevereiro, o Secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do Ministério da Cultura, Adão Cândido. 
O encontro aconteceu na sede da instituição, em Porto Alegre, e teve como pauta a Declaração de interesse na candidatura dos Centros de Tradições Gaúchas ao Registro de Melhores Práticas, pra apresentação na Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.
“Estou convencido de que os CTG atuam como importantes núcleos de transmissão dos valores tradicionalistas gaúchos no Brasil e figuram como instrumentos essenciais para a salvaguarda das expressões que integram o conjunto de símbolos, práticas, rituais e manifestações artísticas associadas à identidade gaúcha”, afirmou Adão Cândido.
Para o presidente do MTG, Nairo Callegaro, a iniciativa é de suma importância para chancelar o trabalho de resgate e preservação da cultura gaúcha desenvolvido de maneira organizada, enquanto movimento, há 50 anos e de maneira espontânea desde a década de 1940, quando oito jovens retiraram uma centelha da pira da Pátria, gerando a Chama Crioula, que até hoje é gerada anualmente, mantendo vivo o espírito de amor e orgulho por sermos gaúchos. 
Atualmente, encontram-se em funcionamento 2.835 CTGs, que se distribuem em todo o território nacional. Há, ainda, 12 CTG instalados fora do país (Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Israel, Paraguai e Portugal). Integrados a MTG, eles têm como principais objetivos norteadores da atuação preservar, promover e divulgar o tradicionalismo gaúcho, por meio de atividades esportivas, campeiras, sociais, assistenciais, culturais, artísticas e recreativas; promover a cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; a promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar da participação; a promoção do voluntariado; a promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais.


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

CTGs como patrimônio Cultural da Unesco



PATRIMÔNIO CULTURAL DA UNESCO

Segundo a jornalista Carolina Bahia, que contou nesta matéria com a colaboração de Silvana Pires, o Secretário de Articulação e Desenvolvimento Institucional do Ministério da Cultura, Adão Cândido, desembarca hoje em Porto Alegre com uma missão especial: trabalhar para que os CTGs ganhem o selo de Patrimônio Cultural da Unesco. O secretário, que é gaúcho de Porto Alegre, se reunirá com Nairo Callegaro, Presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, para dar inicio ao processo de candidatura ao Registro de Melhores Práticas de salvaguarda.


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Editorial MTG:Questionamentos e mudanças: é apenas o começo


Saímos do 65º Congresso Tradicionalista de Bento Gonçalves com algumas certezas e muitas dúvidas. As convicções ali formadas e reforçadas indicam uma direção que já vínhamos apontando durante o ano de 2016. Nada aconteceu por um acaso divino, mas sim como resultado de um trabalho capaz de despertar em todos os setores do Movimento a disponibilidade para questionar muitas situações estabelecidas e construídas há anos – situações estas que tolhem mudanças e ajustes necessários para melhorar o processo em torno do bem da coletividade.
Por um instante tivemos a sensação de que saímos de um dos melhores congressos dos últimos anos, pois tivemos debates e participação de setores do Movimento que nunca estiveram em evento similar. Acredito que isto sinaliza quão grande foi o período que passamos sem exercitar verdadeiros debates, sem a possibilidade de efetivamente construir novos caminhos, novas alternativas. Isto nos leva ao diagnóstico de que precisamos urgentemente aprofundarmos várias questões com o objetivo de encontrarmos as soluções e minimizar os problemas enraizados.
Todo o sistema mantido ao longo de muitos anos, por consequência, leva a alguma acomodação, com facilidades para alguns e dificuldades para outros. É neste contexto que entra o MTG com a condição de remodelar este sistema, encontrar um novo formato que permita novos horizontes. É natural que neste cenário surjam dúvidas. De que forma podemos romper com alguns modelos existentes e estabelecer um novo formato mais coletivo e que seja contemplativo a todos?
Voltar ao passado e fazer como fizemos no início jamais conseguiremos. Devemos ter a clareza e a capacidade de absorver as movimentações sociais e os anseios de uma sociedade que quer conhecer verdadeiramente a essência e os objetivos que norteiam o Movimento Tradicionalista Gaúcho. O momento é o mais adequado para que possamos iniciar estas mudanças, que eu chamaria de adequações a uma nova realidade social que vivemos.
A sociedade está se reformulando, buscando um ponto de equilíbrio e tentando refazer uma estrutura esfacelada. Enganam-se aqueles que acreditam que o Movimento encontra-se desarticulado, aqueles que apostam em divisão, que apostam em falta de unidade e união. Alguns setores externos pensam desta forma, pequenos grupos imaginam esta situação, procuram desestabilizar, confundir interesses pessoais com projetos coletivos. Mas a verdade é que vivemos um momento de extrema importância, um momento de uma retomada de consciência onde todos perceberam a necessidade de realinharmos nossa caminhada. Todos os setores do Movimento, em todas as suas camadas, estão unidos e voltados a edificarmos esta nova obra.
Vamos tirar muitos de sua zona de conforto, vamos desarticular interesses de pequenos grupos que circulam como satélites sem brilho à nossa volta. Temos a convicção que a verdadeira sociedade tradicionalista busca unidade e está forte neste realinhamento. Este é nosso grande propósito, sem medo, sem receios, sabendo que é difícil, mas convictos de que podemos e devemos fazer. Este é O momento, esta é a hora. Vamos juntos fazer esta grande retomada das rédeas do Movimento.
Força e luz a todos.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Projeto concede a Comenda Porto do Sol ao CTG Tiarayú



Está em tramitação, na Câmara Municipal de Porto Alegre, o projeto de lei que concede a Comenda Porto do Sol ao Centro de Tradições Gaúchas Tiarayú. De autoria do vereador Indenir Cecchim (PMDB), a proposta pretende homenagear a entidade, que atua em prol da preservação da cultura gaúcha.
Em 20 de setembro de 1962, era fundado o CTG Tiarayú, localizado no bairro Jardim Itu, em Porto Alegre. Inicialmente, um pequeno grupo formado por duas prendas e três peões procuravam um lugar onde poderiam reunir amantes da cultura gaúcha na Capital. As reuniões aconteciam em clubes, casas de sócios e até em salas de escolas. Com o passar do tempo, a procura por um espaço maior, devido ao crescente interesse de sócios, fez com que João Menna Barreto Netto, 1º vice-presidente do Clube Jardim Itu, antigo local de ensaios, procurasse um terreno para a construção do primeiro Galpão Crioulo. 
Os membros do CTG Tiarayú viajaram por todo o país representando o folclore do Estado. Foram conquistados diversos títulos, dentre eles o Rodeio de Vacaria, Rodeio de Lajes-Santa Catarina, incluindo concursos do Sesc-POA, MEC-POA, Comtur-POA e o concurso Cidade de Porto Alegre.  Também participaram em apresentações de danças típicas na inauguração do Parque General Osório, em Osório, e na inauguração do Parque Assis Brasil, em Esteio. 
De acordo com o autor do projeto, "as atividades desempenhadas pelo CTG Tiarayú se revestem do mais lídimo interesse público, local, social e cultural", e a concessão da Comenda visa ao reconhecimento à sua efetiva contribuição para a preservação e a perpetuação da história e das tradições do Rio Grande do Sul.

Texto de: Munique Freitas (estagiária de Jornalismo) 
Edição: Carlos Scomazzon (reg. prof. 7400)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

MTG divulga programação campeira da 29ª Fecars


O Movimento Tradicionalista Gaúcho divulgou, nesta semana, a programação campeira da 29ª Fecars – Festa Campeira do Rio Grande do Sul. O evento acontece de 16 a 19 de março, em Rolante, numa promoção conjunta do MTG com Prefeitura Municipal, 22ª Região Tradicionalista e Piquete de Laçadores Três Estâncias.
O lucro do evento será integralmente revertido em benefício do Município, duramente atingido pelas chuvas. “Vamos todos abraçar Rolante, a solidariedade deve mover cada tradicionalista”, afirma o presidente do MTG, Nairo Callegaro. Segundo ele, com o evento posicionado desta forma o MTG reitera seu compromisso, alicerçado na Carta de Princípios, de auxiliar o Estado.
O evento, que também sediará o 18º Seminário de Cultura Campeira, deve reunir representantes das 30 regiões tradicionalistas do Rio Grande do Sul.
Confira a Programação Campeira

16/03 – Quinta-Feira
09h - Recepção e credenciamento das delegações
14h - Recepção da Chama Crioula no Parque
14h30min - Laço Peão Farroupilha
- Laço Narrador
- Laço Conselheiro MTG
- Laço Executivo Municipal (Exclusivo a Prefeitos, Vice Prefeitos)
- Taça Sicredi
20h - Reunião da Diretoria Campeira com responsáveis pelas RTs
17/03 – Sexta-Feira
07h30min - Abertura e apresentação das delegações
- Homenagem
09h30min - Início das provas Campeiras na seguinte ordem:
- Laço Vaqueano – 3 armadas
- Laço Veterano - 3 armadas
- Laço Patrão – 3 armadas
- Laço Capataz – 3 armadas
- Laço Pai e Filho – 3 armadas
- Laço Irmãos – 3 armadas
- Laço Guri/Guria – 3 armadas
- Laço Piá/Menina – 3 armadas
- Laço Prenda – 3 armadas
- Laço Geração em Trio – 3 armadas
- Laço Coordenador Regional – 3 armadas
- Laço Diretor Campeiro Regional – 3 armadas
- Laço Seleção (10 participantes) – 2 armadas
- Chasque
- Gineteada
18/03 - Sábado
07h30min – Continuação das provas de laço conforme ordem:
- Laço Vaqueano – 2 armadas
- Laço Veterano - 2 armadas
- Laço Patrão – 2 armadas
- Laço Capataz – 2 armadas
- Laço Pai e Filho – 2 armadas
- Laço Irmãos – 2 armadas
- Laço Guri/Guria – 2 armadas
- Laço Piá/Menina – 2 armadas
- Laço Prenda – 2 armadas
- Laço Geração em Trio - 2 armadas
- Laço Coordenador Regional – 2 armadas/desempate
- Laço Diretor Campeiro Regional – 2 armadas/desempate
- Laço Seleção (10 participantes) – 2 armadas
- Primeira eliminatória de todas as individuais
(Vaqueano, Veterano, Patrão e Capataz)
- Prova de Rédea
- Final da Gineteada
10h - Vaca Parada: Bonequinha – Prendinha
14h - Vaca Parada: Piazinho – Piazito
19/03 - Domingo
07h30min - Continuação das provas Campeiras, na ordem:
- Final de todas as duplas
- Final Laço Geração em Trio
- Laço Seleção Equipe - 10 participantes (1 armada)
- Prova Braço de Diamante - vencedores das FECARS anteriores
- Individual de Equipes
- Prova Braço de Ouro da 29ª FECARS
09h - Laço Vaca Parada (finais)
19h - Solenidade de Encerramento e entrega dos troféus: Cyro Dutra Ferreira e Alfredo José dos
Santos (Rotativo)
Observações:
- Programação do Evento Sujeita a Alterações;
- Nas finais de laço, poderá haver redução de cancha conforme regulamento;
- Obrigatória a apresentação de GTA na entrada do parque
Foto: Márcio Pinto

domingo, 5 de fevereiro de 2017

MTG: Nairo publica prestação de contas




O MTG publicou hoje um relatório completo com a prestação de contas e atividades realizadas no ano passado. Acredito ser algo inédito, pelo menos no quesito detalhamento. Descontadas receitas e despesas, o saldo líquido é de R$ 307 mil. O relatório também revela a lista dos CTGs mais atuantes em 2016, somando 200 pontos (nota máxima) cada um nos "destaques tradicionalistas", que simbolizam o "conjunto da obra" de uma entidade ao longo do ano. Veja:



Leia a nota do MTG:

O Movimento Tradicionalista Gaúcho, presidido por Nairo Callegaro, disponibilizou em seu site a Prestação de Contas da Gestão de Mãos Dadas relativa a 2016. O documento, com 24 páginas, descreve as atividades realizadas pela presidência, vices-presidências, conselho e departamentos.

No editorial, o presidente destaca 2016 como um ano muito especial para a entidade, por conta de seu cinquentenário. “Inúmeras atividades por todos os rincões de nosso estado celebraram de forma sincera com muito carinho e respeito a trajetória desta instituição. Palestras foram ministradas relativas a história do MTG e os primórdios do Movimento Tradicionalista até chegar aos dias de hoje.”

O presidente também destacou como fundamentais acontecimentos como o arquivamento do inquérito contra a realização dos rodeios no Rio Grande do Sul, a publicação da cartilha dos bons tratos dos animais, e a aprovação da lei federal Nº 13.364 de 29 de novembro de 2016, que eleva o rodeio à condição de manifestação cultural nacional e de patrimônio cultural. “Isto mostra que a postura do MTG sempre esteve correta e apontava para este caminho, pois devemos manter nossa cultura com práticas comprometidas para sua realização”, afirma.



por Giovani Grizotti
Fonte: Repórter Farroupilha junto ao portal G1