sábado, 12 de setembro de 2015

Os guardiões da Chama Crioula

Foto: Maia Rubim/PMPA
São 365 duplas representando os piquetes acampados

São 365 duplas representando os piquetes acampados

Foto: Maia Rubim/PMPA
Este ano a Chama Crioula foi acesa no Uruguai, na cidade de Colônia do Sacramento

Este ano a Chama Crioula foi acesa no Uruguai, na cidade de Colônia do Sacramento


Uma atração à parte no Acampamento farroupilha é a guarda à Chama Crioula no Galpão da Administração Central. Os visitantes a todo momento param junto aos guardas para as tradicionais fotos. Também é grande a curiosidade sobre os rituais e significado da chama, um dos principais símbolos da Semana Farroupilha. Este ano, pela primeira vez, a chama foi acesa fora do Brasil, na cidade de Colônia do Sacramento, no Uruguai, e trazida para Porto Alegre em cavalgada que durou 45 dias e percorreu 1.450 quilômetros no Uruguai e no Rio Grande do Sul. No dia 7 de setembro ela foi recebida no Acampamento Farroupilha. Na cerimônia de abertura do evento, foi entronizada no Galpão da Prefeitura no Parque Harmonia, onde ficará sob guarda durante 24 horas por dia, até o encerramento do acampamento no dia 20 de setembro.

A guarda é formada por 365 duplas representando os piquetes acampados no Parque Harmonia que se revezam a cada 51 minutos para permitir que todos os piquetes possam participar da Roda da Chama.  Na troca dos guardiões é repetido o lema: "Pelo Rio Grande, Pelo Brasil". A dupla em atitude marcial e empunhando lanças, deve manter uma postura ereta e concentrada. Não é permitido conversar com o público nem entre eles. O clima é de reverência.

História
- Um dos símbolos das tradições gaúchas, possui diversos significados, onde o fogo remete ao calor, paixão, hospitalidade e coragem, a Chama Crioula foi acesa pela primeira vez em 7 de setembro de 1847. Naquele ano, a Liga de Defesa Nacional, presidida pelo Major Darci Vignoli, incluiu na programação da Semana da Pátria o translado dos restos mortais do General Farroupilha David Canabarro, de Santana do Livramento para Porto Alegre. Surgiu então a ideia da formação de um piquete de gaúchos para montar guarda à urna mortuária.

Sob a liderança de Paixão Cortes, foi formado o Piquete da Tradição, também conhecido como Grupo dos Oito, integrado por Antonio João de Sá Siqueira, Fernando Machado Vieira, João Machado Vieira, Cilso Araújo Campos, Ciro Dias da Costa, Orlando Jorge Degrazzia, Cyro Dutra Ferreira e João Carlos Paixão Cortes. Próximo da meia-noite do dia 7 de setembro de 1947, chegando o momento da extinção do Fogo Simbólico da Pátria, Paixão Côrtes retirou uma centelha e acendeu aquela que seria a primeira Chama Crioula. O acendimento da chama crioula se transformou em um grande evento a partir de 2001, em Guaíba, em frente a casa do revolucionário Gomes Jardim.

O acendimento da Chama Crioula
2001 - Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim
2002 - Santa Maria, no Centro do Estado
2003 - Camaquã, na Chácara das Águas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiaraju
2007 - São Nicolau, primeira redução e um dos Sete povos das missões
2008 - São Leopoldo, terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a Fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios
2012 - Venâncio Aires, Capital Nacional do Chimarrão
2013 - General Câmara, Distrito Açoriano de Santo Amaro do Sul
2014 - Cruz Alta, terra de Erico Veríssimo
2015 - Colônia do Sacramento (Uruguai)



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Texto de: Cleber Saydelles
Edição de: Isabel Cristina Kolling Lermen
Autorizada a reprodução dos textos, desde que a fonte seja citada.

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